sexta-feira, 31 de outubro de 2008

secretaria do desastre

Por motivos de segurança, me arrancaram os olhos e o coração.
De certo tinham certeza do que faziam
Estavam estabelecendo o novo sistema de felicidade
Puxaram a descarga com todo resto
Fui inteira pelo ralo
E disseram que assim seria melhor pra mim.
Talvez até tenha sido
Hoje já não sinto
E posso dizer que sou feliz

domingo, 26 de outubro de 2008

Eckhout, me descreva


[.........] Todos esses elementos colocados por Eckhout nos fazem entender exatamente o que é o povo brasileiro: um sangue mestiço, culturas que se interpenetram em um só país. Eckhout não sabia que depois viria a ser tão reconhecido outro mulato nas mesmas terras, Aleijadinho viria legitimar a sua hipótese sobre o Brasil E, evidentemente, haveria de vir os outros, como anos mais tarde o mulato seria exaltado por Jorge Amado em seu romance Gabriela, Cravo e Canela e novamente em 1967 pelos tropicalistas na voz de Caetano Veloso “Os olhos verdes da mulata/ A cabeleira esconde atrás da verde mata/ O luar do sertão”. Se Albert Eckhout veio ao Brasil observar e captar a diferença deste mundo em relação ao outro, conseguiu. Diferentemente do que viria a ser a Missão Artística Francesa do século XIX, Eckhout foi verdadeiro nas suas telas, mesmo não tendo presenciado a Dança Tapuia, por exemplo, soube ser sincero na sua representação, não abusando do imaginário.